
Atualmente posso afirmar que foi através desta inquietude enquanto designer, que comecei a olhar para os espaços que me rodeavam com outros olhos. Com olhos de quem certamente iria ter uma vida além da estética, dando extrema importância à sua função, utilidade, sensações e memórias. Mas não me bastou ter a liberdade e criatividade para criar coisas novas. Percebi desde cedo que a organização, exigência, rigor são fundamentais e a influência da minha família foi determinante.
Tornou-me prática e sonhadora, exigente e mutável, racional e emotiva.
Apesar de ao longo da vida profissional ter aceite vários desafios, em áreas bastante distintas, o que me deu uma formação multi-disciplinar. Fui sempre dando por mim a estar a par das tendências, visitar lojas, feiras, showrooms, ler artigos para conhecer o que se projeta na actualidade, ver sites de design e decoração de interiores.
A minha formação profissional teve inicio em Marketing, Publicidade e a certa altura, abruptamente, contra todas as expectativas, decidi fazer a licenciatura em Design de Ambientes no IADE. Sem dúvida que a influência artística que a minha Mãe teve sobre mim, fez com que eu, sem eu dar por isso, seguisse as suas pegadas de forma profissional e de que muito me orgulho.
felipa varanda
fundadora & ceo
Comecei desde cedo a ter contacto com outras culturas, outras realidades, outras arquiteturas, designs e decorações. Graças à profissão da minha Mãe, tive oportunidade de visitar variadas vezes muitos países, fui aos EUA, Brasil, Venezuela, Inglaterra, entre outros. Tudo era muito diferente da nossa forma de estar. As mentalidades eram diferentes, tudo parecia exclusivo e uma fonte inesgotável de inspiração.
Arquitetura, construção, obras, reabilitação de casas antigas, lojas de antiguidades e velharias. São tudo hobbys que os meus pais tinham e eu desde criança fiz parte deles. A minha mãe era uma apaixonada por obras e decoração e sempre que viajava trazia uma coisa diferente. Em nossa casa, se não eram os sofás a andar de um lado para outro, era a cor das paredes que eram alteradas, os móveis eram modificados… nenhuma divisão da casa fugia ao frenesim da mudança! Podia ser só a disposição dos moveis, mas alguma coisa tinha sempre que mudar. Sempre em segredo, em suspense. Nessas alturas, sempre que entrávamos em casa, sentíamos o efeito das vendas nos olhos como o programa de TV “Querido mudei a casa”.
